Era um dia de sol. Ela olhou pela janela e viu gotas de chuva escorrendo pelo vidro. O som do mar, ao longe, trazia lembranças de outros lugares. Velhos conhecidos.
O bater das ondas invadia seu corpo lentamente. Se pôs a dançar sozinha naquele ritmo que só ela ouvia. Pisando a areia branca, sentindo a água gelada tocar seus pés.
Lá fora, o sol brilhava sobre os prédios. O diálogo entre asfalto e buzinas tão comum das metrópoles. Dentro dela, o vento batia forte. Era feita de lembranças e lágrimas. Dançava ao ritmo da chuva.
Correu em direção ao mar revolto. As ondas abraçaram seu corpo como ninguém jamais o havia feito. Paz. O primeiro gole foi amargo. O corpo boiou antes de afundar e tocar suavemente o fundo do mar.
A cidade silenciou. Uma nuvem escondeu o sol. Depois da pancada de chuva, abriu os olhos. As gotas ainda escorriam na janela. O que sobrou da menina?
Abriu a porta e partiu. Não sabia se o mundo estava preparado para ela. Mas ela estava pronta para o mundo.
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