terça-feira, 2 de maio de 2017

FAXINA

Lavei seu cheiro do meu travesseiro
seu prazer dos meus lençõis
e algumas gotas de desejo que escorreram pelo chão.

Encontrei meu nome (sus)surrado
no vão entre a cama e a parede
E varri montes de palavras perdidas encrustadas em cada quina.

Difícil foi esfregar as marcas do meu corpo,
as manchas na minha auto-estima
e colar os pedaços de confiança que você derrubou sem querer.

- Quase caí da janela ao limpar o vidro das lembranças! -

Torci panos e panos de destinos imaginados
que desceram imundos pelo ralo
(tive que deixá-los de molho: encardidos que estavam de desilusão)

Ao deitar na cama, porém, a saudade certeira
paira sobre mim feito poeira:
invisível, incessante e em movimento eterno e constante.

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