Lavei seu cheiro do meu travesseiro
seu prazer dos meus lençõis
e algumas gotas de desejo que escorreram pelo chão.
Encontrei meu nome (sus)surrado
no vão entre a cama e a parede
E varri montes de palavras perdidas encrustadas em cada quina.
Difícil foi esfregar as marcas do meu corpo,
as manchas na minha auto-estima
e colar os pedaços de confiança que você derrubou sem querer.
- Quase caí da janela ao limpar o vidro das lembranças! -
Torci panos e panos de destinos imaginados
que desceram imundos pelo ralo
(tive que deixá-los de molho: encardidos que estavam de desilusão)
Ao deitar na cama, porém, a saudade certeira
paira sobre mim feito poeira:
invisível, incessante e em movimento eterno e constante.